quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

100 coisas que você deve fazer até chegar à faixa-preta


1»Gostar de Jiu-Jitsu.
2
» Amar o Jiu-Jitsu.
3
» Respeitar o Jiu-Jitsu.
4
» Aprender a dosar força e técnica, de modo que você lute durante o máximo de tempo sem cansar.

5 » Entender que a faixa não é o único objetivo, mas uma conseqüência do esforço e aprendizado. A pessoa que tem como meta apenas pegar a nova faixa limita o próprio potencial, que é sempre algo enorme e desconhecido. Em vez de se concentrar nisso, preocupe-se em desenvolver aspectos técnicos da luta.
6 » Saber o programa de aulas básico de cor e salteado.
7 » Estudar a fundo as técnicas de defesa pessoal. Ou você pretende ser um faixa-preta que se ­desespera para sair de uma grava qualquer?
8 » Fazer um treino duro com o próprio mestre.
9 » Fazer vários amigos de fé na academia.

10 » Disputar um campeonato e voltar com a medalha de ouro para casa.
11 » Disputar uma categoria absoluto.
12 » Perceber que no fundo, no fundo, pontos e cronômetro não existem, enquanto não há nada mais real que os três tapinhas.
13 » Participar de um seminário ministrado pelo seu grande ídolo.
14 » Aprender a falar inglês. Do jeito que o ­mercado do Jiu-Jitsu está efervescente, você vai ter que se comunicar em outros continentes.

15 » Aplicar um armlock voador à vera durante uma luta. Ou pelo menos tentar.
16 » Lutar um Mundial.
17 » Inventar algum golpe – seja por acaso, ­intuição ou plena consciência.
18 » Dar um nome bem original ao golpe criado, como por exemplo “borboleta voadora”, “pega-bobo”, “gogoplata” ou “bola de fogo”.
19 » Experimentar as mais variadas dietas até descobrir duas ou três que realmente funcionam para estimular o seu corpo, antes, durante e depois das competições.
20» Fazer ao menos um ano de judô – caso o treino intenso de quedas não seja um costume de sua academia.
21 » Aprender a perder.
22 » Aprender a vencer.
23 » Encontrar a marca de kimono cuja modelagem se ajuste melhor ao seu corpo.
24 » Afiar o surfe, pois você ainda vai participar do Campeonato Black Belt de Surfe.

25 » Se o surfe não for a sua praia, desenvolver outra atividade ao ar livre, para se energizar nos dias fora da academia.
26 » Aprender a ensinar. O que inclui saber conduzir uma aula completa, planejar o aquecimento específico para o treino do dia, casar os treinos com coerência, saber deixar o aluno novamente calmo ao fim do treino para ir para casa, entre outros pontos. “Na marrom, o atleta promissor pode dar uma aula com o faixa-preta do lado, como um estágio, um ­teste”, sugere o professor Raphael Abi-Rihan.
27 » Ler o manual de regras do Jiu-Jitsu da IBJJF.
28 » Próximo à faixa-preta, participar de treinos simulados de vale-tudo, conhecidos popularmente como treinos de bloqueio e taparia. Situações reais de luta são extremamente importantes para afiar sua defesa pessoal, saber o tempo de entrada de queda e lapidar outros aspectos.
29 » Esquecer as bombas.

30 » Tentar fazer aulas particulares – vitais para dar um refino técnico e aprender macetes com seu professor.
31 » Oferecer-se de ­sparring para seu mestre, especialmente em aulas particulares, em que você também vai aprender muito.
32 » Montar sua bibliografia básica sobre artes marciais. Quanto mais livros, melhor.
33 » Lutar, com todas as forças, para aquele apelido que botaram em você não pegar.
34 » Aceitar o apelido, se pegar.
35 » Emplacar um bom apelido em algum parceiro.

36 » Incentivar uma criança a começar no Jiu-Jitsu. Afinal, elas são o futuro do esporte.
37 » Adquirir autocontrole.
38 » Usar suas habilidades técnicas e seu gás para sair de alguma enrascada. Aventuras fazem parte da história de qualquer grande faixa-preta.
39 » Não deixar o seu bom Jiu-Jitsu subir à cabeça – mantenha os pés no chão.
40 » Saber reagir. Não existe uma cartilha exata sobre como você deve proceder em cada situação, mas o professor Carlos Gracie Jr. costuma ensinar uma lição clássica. Quando alguém estiver o incomodando, no cinema, no avião em qualquer lugar, pense antes de agir: e se essa pessoa fosse o Ricardo Arona ou o Wanderlei Silva, você faria o quê? Ou seja, há horas que você decididamente tem de interceder, ou mesmo ir lá falar com o chato. Mas faça sempre com educação – sem covardia. Seja a pessoa uma velhinha, um grupo de adolescentes, o Arona ou o Wanderlei Silva...
41 » Não deixar nunca de treinar o básico, bem como a defesa dos golpes

42 » Ter um fisioterapeuta camarada, que depois de tantas consultas já faz aquele desconto quando surge uma nova lesãozinha...
43 » Ter a sua receita favorita de açaí.
44 » Descobrir a sua melhor hora de treinar, e entender se o seu corpo responde melhor aos treinos duros à noite, à tarde, ou de manhã cedo.
45 » Enviar um e-mail elogiando a GRACIE Magazine.
46 » Enviar um e-mail esculhambando a GRACIE Magazine – ou sugerindo novas pautas.
47 » Estudar o básico da história do seu esporte, e saber quem foram e o que fizeram os pioneiros do Jiu-Jitsu.
48 » Todo faixa-branca já viu mais de 48 vezes, então não é você que vai deixar de rever: assistir, volta e meia, às primeiras lutas de Royce no UFC, as de Rickson no Japão ou a batalha entre Minotauro e Bob Sapp. Afinal, fazem parte da saga do Jiu-Jitsu.

49 » Após tantos anos de torções, descobrir o golpe para o qual você não bate de jeito algum – uma chave de pé, uma guilhotina...
50 » Ser flexível; descubra seu programa de alongamento favorito.

51 » Equiparar seu jogo por baixo ao seu modo de lutar por cima – ou pelo menos chegar bem perto disso.
52 » Medir forças com atletas de outras modalidades, como wrestlers em torneios de submission, amigos judocas e por aí vai.
53 » Conversar muito com os mais graduados e velhos mestres.
54 » Raspar o cabelo, nem que seja uma só vez.

55 » Registrar em fotos o auge de sua forma física. Além de servir como acompanhamento, isso vai motivar a não deixar o shape cair, mesmo com o passar dos anos – e das faixas. E você ainda terá uma bela fotografia para um dia tirar onda com os filhos e netos...
56 » Fazer uma viagem inesquecível para lutar ou treinar Jiu-Jitsu com a equipe.
57 » Representar bem e divulgar a bandeira do nosso Jiu-Jitsu no exterior.
58 » Uma vez em San Diego, na Califa, dar um pulinho na Universidade do Jiu-Jitsu. O telefone: (419) 283-7310.
59 » Acostumar-se ao desconforto. Afinal, como dizia Wallid Ismail, “é tempo ruim o tempo todo”.

60 » Se dar mal com as mulheres por causa da sua orelha.
61 » Se dar bem com as mulheres por causa da sua orelha.
62 » Ter tido no mínimo 17 kimonos até pegar a preta. Se não, você não gastou pano o bastante...
63 » Doar seus kimonos velhos para projetos sociais e alunos carentes.
64 » Entender a dinâmica do seu corpo, afinal cada biótipo se adapta de um jeito diferente ao Jiu-Jitsu. O seu jogo deve estar em sintonia com o tipo de corpo que você tem.
65 » Respeitar os faixas-brancas. E azuis, roxas...
66 » Desenvolver sua flexibilidade mental – em qualquer campeonato no mundo, é comum você competir mais tarde ou mais cedo do que o esperado, mudar de área de luta pouco antes do combate... “Nesses casos, relaxe e aceite. A ausência de um pensamento rígido permite que você tire o melhor de cada experiência e evolua”, ensina nosso colunista Martin Rooney.

67 » Absorver qualquer nova técnica que lhe é ensinada, mesmo que não se torne sua especialidade. Certamente pode ser a de algum oponente...
68 » Pelo menos uma vez na vida, decidir competir em algum torneio em cima da hora. Lembre que não existe uma fase “perfeita” para lutar, vá e lute – e quem sabe será a hora perfeita.
69 » Bater, bater e bater, várias vezes. E, quem sabe, até dormir num golpe. Faz parte, tudo é aprendizado até a condecoração máxima.

70 » Fazer uma luta (ou vá lá, no mínimo um treino) sem tempo ou pontos, até pegar.
71 » No caso de ter a chance e amigos em outras academias, visitar novos ambientes. “Gostaria de ter ido treinar mais como outros atletas, para testar o meu Jiu-Jitsu sem a pressão dos campeonatos. Sinto falta por não ter treinado com o Amaury, Libório, Roleta, Cachorrão e Pé de Pano”, revela o hexacampeão mundial Saulo Ribeiro.
72 » Ser o herói de alguém – nem que seja do seu irmão mais novo.
73 » Explicar mais de uma vez, a diversos amigos, a filosofia do Jiu-Jitsu, e não perder a paciência quando ouvir, “Mas lutador não é tudo meio burro, não?”
74 » Ser convidado para ajudar na segurança daquela festa de amigos. Nem que seja para recusar elegantemente, apesar de sentir-se orgulhoso por dentro.
75 » Ter um Gracie favorito.
76 » Dar uma moral, do jeito que você puder, a algum projeto social tocado por um faixa-preta parceiro seu.

77 » Ter o Jiu-Jitsu como estilo de vida e aproveitá-lo ao máximo. Para isso, deve-se entender que a arte não se resume a uma modalidade esportiva.
78 » Descobrir o que é persistência na própria pele – afinal, é quase certo que você vai ficar um tempo parado por conta de uma lesão. Mesmo ­assim, não esmoreça.
79 » Saber que a GRACIE Magazine é a melhor revista sobre Jiu-Jitsu no mundo, e sempre pedir para o jornaleiro amigo separar seu exemplar.
80 » Não se espantar com expressões curiosas como “nó de porco”, “creonte”, “calçar a bota”, “amassa-pão”...
81 » Soltar volta e meia um “bicho” no final da­ ­frase, e saber que isso nunca saiu de moda.
82 » Descobrir o que te motiva antes de um ­treino e o que serve como alívio após um dia ruim na ­academia – seja uma música, uma leitura ou algum ­pensamento positivo.
83 » Desenvolver um estilo próprio como lutador.
84 » Desenvolver um estilo próprio como professor.
85 » Entender que cada “façanha” ou briga na rua não acrescenta nada a um praticante, e sim representa um passo atrás na sua busca pelo reconhecimento no Jiu-Jitsu. Como afirma Saulo, “Eu nunca daria uma faixa-preta a uma pessoa sem escrúpulos, ou melhor, essa pessoa nem treinaria comigo porque não seria capaz de abrir minha alma para ensiná-lo.”
86 » Encontrar um meio de tirar prazer das grandes e pequenas coisas no Jiu-Jitsu, desde o aquecimento até os dias ruins na academia e as derrotas.
87 » Aprender noções de primeiros socorros.

88 » Aprender a lidar com o medo, a insegurança e a ansiedade que todos temos, uns mais, outros menos. Por isso a competição é um dos melhores ambientes para se autoconhecer, não só como atleta.
89 » Entender sua responsabilidade como atleta graduado. “Se o cara pretende ser professor a responsabilidade é ainda maior, já que deve ser o exemplo para os que serão seu espelho. O Jiu-Jitsu não tem apenas a função de criar bons lutadores, mas homens capazes, dignos e honrados de levar a bandeira do Jiu-Jitsu adiante. Essa é a maior responsabilidade do faixa-preta”, ensina Robert Drysdale, professor da Brasa.
90 » Refletir sobre os erros.
91 » Depois de crescer com os erros, tirá-lo dos ombros.
92 » Enxergar a faixa-preta como um começo, não como o fim do caminho. “Aprimorei muito meu jogo depois que cheguei na preta”, lembra o astro da Alliance Marcelinho Garcia.
93 » Pelo menos a partir da faixa-marrom, competir sem kimono. O grappling tende a se desenvolver como modalidade, e você não vai querer ficar fora.
94 » Inovar nos exercícios. Não passe o resto da vida fazendo polichinelos.
95 » Enxergar o mais rápido possível que a academia não é lugar de competir, e sim de treinar e tentar posições. “Só batendo e exercitando suas deficiências você vai se tornar um lutador completo. Esse negócio de ‘ganhar treino’ é bobagem e limita o jogo e o aprendizado”, lembra Saulo.
96 » Experimentar técnicas de respiração, ginástica natural e yoga, para auxiliar seu desempenho como atleta. Apesar de vistas com desconfiança antigamente, hoje tais recursos estão largamente consagrados por grandes lutadores. Rickson, por exemplo.

97 » Preparar seu discurso antes da cerimônia de recebimento da faixa.
98 » Criar a sua própria lista com 50, cem ou 200 metas que você VAI cumprir até a faixa-preta.
99 » Aplicar a principal lei do Jiu-Jitsu à própria vida: enfrentar os desafios da maneira mais simples possível, pois certamente este será o modo mais eficiente.
100 » Largar a revista e ir treinar.

Os 20 mandamentos até a faixa-preta

1 » Não amarrarás.
2 » Não afrouxarás.
3 » Não matarás treino por motivos bobos.
4 » Não farás uso em excesso de álcool.
5 » Não farás uso em excesso do bate-estaca.
6 » Não usarás kimonos mal-cheirosos nem esquecerás do asseio.
7 » Não reclamarás da arbitragem – concentre em finalizar.
8 » Não creontarás – respeite seu mestre e sua academia.
9 » Não acatarás ordens que vão contra seus valores morais.
10 » Não serás grosso durante os treinos.
11 » Não farás da sua orelha estourada um troféu.
12 » Não sucumbirás aos biscoitos de chocolate, brigadeiros e afins.
13 » Não ficarás se exibindo – seja discreto, afinal, quanto mais exposto mais fácil é o alvo.
14 » Não falarás demais na academia nem causarás intriga entre os parceiros de treino.
15 » Não farás covardia.
16 » Não levarás a sério nenhum filme do Steven Seagal.
17 » Não contarás vantagem.
18 » Não tardarás a soltar o golpe quando o adversário bater.
19 » Não descontarás o estresse do dia-a-dia nos parceiros de treino.
20 » Não roubarás as Havaianas do colega de treinos.